Habitus é uma publicação semestral do Instituto Goiano de Pré-História e Antropologia que visa divulgar a produção científica nas áreas de arqueologia, antropologia, da documentação audio-visual e do meio-ambiente, tendo como eixo central a investigação e a produção culturais das sociedades humanas e intercâmbio com 339 instituições.

v. 21 n. 2 (2023): Materialidades da Morte: Práticas, Símbolos e Espaços Funerários em Contextos Históricos

Ao longo da trajetória da humanidade o fenômeno da morte, em suas dimensões física, espiritual e social, foi apreendido, elaborado e experienciado de formas diversas. Incompreendida, temida, sacralizada ou até mesmo desejada, mas nunca ignorada, a morte sempre protagonizou um importante papel na identidade e na transformação das sociedades antigas e contemporâneas. A partir de uma abordagem sincrônica, evidencia-se seu caráter definitivo e dogmático na medida em que provoca não apenas a destruição do corpo físico, mas encerra os vários estágios da vida; cristaliza o status, muitas vezes representado no tratamento dispensado ao morto; e inicia um processo de dissolução do ser social, não obstante a crença na vida após a morte. Do ponto de vista diacrônico, destaca-se o comportamento dos vivos para com os mortos, bem como a proximidade entre ambos, tão variável nos diferentes momentos e espaços. Diante de tantos aspectos que revestem este fenômeno, desde a Antiguidade ele tem sido objeto de reflexões e estudos por parte de filósofos, psicólogos, antropólogos, historiadores, arquitetos, legisladores e arqueólogos, entre outras áreas do conhecimento. Sob a perspectiva arqueológica, são variados e bastante férteis os caminhos possíveis para se discutir as atitudes perante a morte, e suas consequências tanto para os mortos quanto para os vivos. Alguns temas de interesse passam pelos gestos e rituais que envolvem o sepultamento dos corpos, e os subsequentes processos tafonômicos por eles sofridos; os espaços escolhidos e transformados para receberem os mortos, inseridos no contexto mais amplo da paisagem circundante; e a materialidade dos símbolos e conceitos atrelados à morte, representados através de espaços, estruturas, edificações e objetos.
Embora fartamente explorados em contextos internacionais, esses temas ainda merecem maior destaque entre os estudos em território brasileiro, especialmente no âmbito das práticas mortuárias em período pós-colonial. Este dossiê, portanto, tem como objetivo promover um espaço dedicado a discussões voltadas para os diferentes aspectos da materialidade da morte em contextos sul-americanos dos séculos XVIII, XIX e início do século XX, sendo bem-vindos estudos de arqueotanatologia, arqueologia da morte, arqueologia cemiterial, e arqueologia da paisagem funerária.

Publicado: 23-02-2024

EDITORIAL

Sibeli Aparecida Viana, Marlene Ossami de Moura

281-282

DOI: https://doi.org/10.18224/hab.v21i2.13961
DOI: https://doi.org/10.18224/hab.v21i2.13953
DOI: https://doi.org/10.18224/hab.v21i2.13619
DOI: https://doi.org/10.18224/hab.v21i2.13673

ASPECTOS DEMOGRÁFICOS E SOCIAIS DE UMA IRMANDADE DE PARDOS: OS FREGUESES DA IGREJA DE SÃO GONÇALO GARCIA

Andrea Lessa, João Gustavo A. Chá Chá, Reinaldo B. Tavares, Guadalupe do N. Campos

337-361

DOI: https://doi.org/10.18224/hab.v21i2.13898
DOI: https://doi.org/10.18224/hab.v21i2.13423

USOS E REUSOS DE JAZIGOS FUNERÁRIOS NO CEMITÉRIO DA SOLEDADE, BELÉM DO PARÁ – BRASIL

Pedro Da-Gloria, Diogo Menezes Costa, Bárbara Vieira Dias, Virginia Beatriz Reis Paraense, Ana Rita Teodósio dos Santos Pinheiro da Paixão, Bruna Magalhães David, Luana Rosa da Silva, Vitoria da Gama Alcantara

386-435

DOI: https://doi.org/10.18224/hab.v21i2.13675
DOI: https://doi.org/10.18224/hab.v21i2.13622
DOI: https://doi.org/10.18224/hab.v21i2.13628
DOI: https://doi.org/10.18224/hab.v21i2.13326
DOI: https://doi.org/10.18224/hab.v21i2.13399
DOI: https://doi.org/10.18224/hab.v21i2.13570
DOI: https://doi.org/10.18224/hab.v21i2.13618
DOI: https://doi.org/10.18224/hab.v21i2.13626
DOI: https://doi.org/10.18224/hab.v21i2.13629
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