<b>Afinal, Como Nasce um Texto Etnográfico? As Tramas do Percurso do Trabalho de Campo e a Escrita Etnográfica</b>

Autores

  • Tadeu Lopes Machado Universidade Federal do Pará/Universidade Federal do Amapá

DOI:

https://doi.org/10.18224/hab.v16i2.5716

Palavras-chave:

Trabalho de Campo, Etnografia, Palikur.

Resumo

O trabalho de campo é ferramenta indispensável para o fazer etnográfico. Esse artigo reforça sua importância e reflete os elementos que compõem o cenário da pesquisa. A primeira parte dialoga com alguns antropólogos clássicos das tradições inglesa, norte-americana e francesa que foram fundamentais no reconhecimento do trabalho de campo como essencial na antropologia. A partir dessa análise entende-se que o trabalho de campo contribuiu para a afirmação da antropologia enquanto ciência independente e autônoma. Na segunda parte do artigo faço uma descrição de minha aproximação com o povo indígena Palikur, que foram meus colaboradores na construção da dissertação do mestrado. Nessa parte do texto é destacada a escolha do campo de pesquisa, que muitas vezes superam as expectativas do antropólogo. A conclusão é que o campo é a etapa do trabalho antropológico capaz de superar as noções distanciadas que construímos ao longo de nossas pesquisas.

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Biografia do Autor

Tadeu Lopes Machado, Universidade Federal do Pará/Universidade Federal do Amapá

Doutorando na Universidade Federal do Pará. Mestre pela Universidade Federal do Pará. E-mail: [email protected]

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Publicado

20-02-2019

Como Citar

MACHADO, T. L. <b>Afinal, Como Nasce um Texto Etnográfico? As Tramas do Percurso do Trabalho de Campo e a Escrita Etnográfica</b>. Revista Habitus - Revista do Instituto Goiano de Pré-História e Antropologia, Goiânia, Brasil, v. 16, n. 2, p. 293–308, 2019. DOI: 10.18224/hab.v16i2.5716. Disponível em: https://seer.pucgoias.edu.br/index.php/habitus/article/view/5716. Acesso em: 28 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigos / Articles