FUNK E DIREITOS HUMANOS: POR UMA PEDAGOGIA FRATERNA DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA

Resumo

Este artigo objetiva analisar a relação entre Direitos humanos e Funk carioca a partir do tema da Dignidade humana. Justifica-se a relevância acadêmica e científica mediante o interesse contemporâneo, dialogado a partir da transdisciplinaridade, da questão jurídica e arte musical engajada no que tange à juventude preta e pobre nas favelas da cidade do Rio de Janeiro. É possível ler as canções “Som de Preto”, “Rap do Silva” e “Rap da Felicidade” como uma representação literomusical de uma voz social de um clamor de representação jurídica e social de uma parcela da sociedade brasileira que clama por dignidade humana? A problematização está na vinculação entre a oferta plena de direitos assim como na não produção real de direitos humanos e garantias basilares da dignidade humana naquele grupo social. Metodologicamente, faz-se uma revisão bibliográfica correlacionada entre a ambiência do jurídico, canção e sociologia da juventude. A fundamentação teórica base nas relações entre direitos humanos e o gênero musical são: Brasil (1988); Cristina (2018); Lynn Hunt (2009); Declaração Universal dos Direitos humanos (1948); Adorno (1995); Almeida Júnior (2013); Vianna (1997; 1988). Entende-se assim que os Funks analisados, além de serem canção cultural de protestos, são um acervo, registro e interpretação dialogada entre o mundo real das ruas faveladas com o mundo jurídico das letras da lei. Desta forma, propõe-se que esse diálogo contribua para a contínua reflexão sobre a garantia plena de direitos humanos à luz da essência democrática brasileira em suas garantias fundamentais em detrimento das autoevidências conflituosas na sociedade para futuras reflexões e afirmações de direitos.
Palavras-chave: Direitos humanos. Dignidade humana. Funk. Pedagogia e Fraternidade.