A Revista Mosaicos está reunindo artigos para o Dossiê História da Loucura que tem por referência principal a obra homônima de Michel Foucault. O significado principal disso é que a loucura é, em primeiro lugar e acima de tudo, um acontecimento cultural pelo qual atravessam os vieses do poder. A loucura aconteceu, no Ocidente, como uma das principais maneiras de apartação dos sujeitos em apenas dois lados. Daí que a loucura seja um dos principais temas numa história dos modos de constituição da subjetividade. Mas, é importante destacar que uma das principais heranças dessa obra de Foucault aconteceu com uma publicação de Robert Castel, A Ordem Psiquiátrica: a Idade de Ouro do Alienismo, seguida por uma obra em coautoria com Françoise Castel e Anne Lovell, Sociedade psiquiatrizada avançada, o modelo norte-americano. Nessas duas obras, o conceito de psiquiatrização da sociedade permite ver que a história da loucura da contemporaneidade alcança a sociedade global na mesma direção que a psiquiatria avança sobre o social, muito para além dos muros do hospício. Tomadas essas referências principais, estamos chamando textos que se ocupem não apenas com a história das instituições asilares, mas também da filosofia, dos saberes, da sociedade, da arte (a música, a literatura, a poesia, o cinema, a fotografia, a pintura, o teatro, a arquitetura etc) enquanto desafiados pela loucura. Temas muito caros seriam também a psiquiatrização da criança, sobretudo na e pela escola; e a psiquiatrização da adolescência, sobretudo pela socioeducação, pelo policiamento, pela institucionalização punitiva. Por fim, também merecem grande interesse as pesquisas atentas à história regional, na medida em que aterrizam a história da loucura nos problemas da sociedade local e na tal modernização de nossos territórios.

DOI: https://doi.org/10.18224/mos.v14.n2.2021

Publicado: 22.12.2021

EDITORIAL

Thais Alves Marinho

1-2

DOI: https://doi.org/10.18224/mos.v14i2.12119

DESDISCIPLINAR-SE PELA HISTÓRIA DA LOUCURA

Eduardo Sugizaki, Eder Mendes de Paula

3-7

DOI: https://doi.org/10.18224/mos.v14i2.12120
DOI: https://doi.org/10.18224/mos.v14i2.8969
DOI: https://doi.org/10.18224/mos.v14i2.8870
DOI: https://doi.org/10.18224/mos.v14i2.8879
DOI: https://doi.org/10.18224/mos.v14i2.8875
DOI: https://doi.org/10.18224/mos.v14i2.8896

VEIO O TEMPO EM QUE A TERRA PERGUNTA

Erica Franceschini, Luciano Bedin da Costa

71-81

DOI: https://doi.org/10.18224/mos.v14i2.8734
DOI: https://doi.org/10.18224/mos.v14i2.8638

A PANDEMIA DO DESESPERO

Jorge Antônio Monteiro de Lima

94-100

DOI: https://doi.org/10.18224/mos.v14i2.8921
DOI: https://doi.org/10.18224/mos.v14i2.8801
DOI: https://doi.org/10.18224/mos.v14i2.8877
DOI: https://doi.org/10.18224/mos.v14i2.8939
DOI: https://doi.org/10.18224/mos.v14i2.8919

DESVIO SOCIAL, OBSESSÃO OU DOENÇA MENTAL? UM ESTUDO SOBRE A INSTITUCIONALIZAÇÃO DA LOUCURA EM JATAÍ (GO)

Rita de Cássia Andrade Martins, Izabela Assis Rocha, Adailton da Silva

153-169

DOI: https://doi.org/10.18224/mos.v14i2.8876
DOI: https://doi.org/10.18224/mos.v14i2.8867
DOI: https://doi.org/10.18224/mos.v14i2.8918
DOI: https://doi.org/10.18224/mos.v14i2.8861
DOI: https://doi.org/10.18224/mos.v14i2.8952
DOI: https://doi.org/10.18224/mos.v14i2.8754
DOI: https://doi.org/10.18224/mos.v14i2.8848
DOI: https://doi.org/10.18224/mos.v14i2.8872
DOI: https://doi.org/10.18224/mos.v14i2.8878
DOI: https://doi.org/10.18224/mos.v14i2.8780

DITADURA E COTIDIANO ESTUDANTIL EM AS MENINAS, DE LYGIA FAGUNDES TELLES

Anderson Almeida, César Martins de Souza, João Jesus Rosa

283-295

DOI: https://doi.org/10.18224/mos.v14i2.8768
DOI: https://doi.org/10.18224/mos.v14i2.8965

POLÍTICA POMBALINA E REFORMAS URBANAS EM PORTO SEGURO (SÉCULO XVIII)

Marcelo Henrique Dias, Ingrid de Araújo Gomes

308-324

DOI: https://doi.org/10.18224/mos.v14i2.8953
DOI: https://doi.org/10.18224/mos.v14i2.8950

NELLY BLY DENUNCIA O ENCARCERAMENTO DA LOUCURA, NO SÉCULO XIX.

Tatiana Carilly Oliveira Andrade, Eduardo Sugizaki

338-339

DOI: https://doi.org/10.18224/mos.v14i2.8941