“AUTOPERDOE-SE” : O ESPAÇO PÚBLICO DO PERDÃO EM HANNAH ARENDT

Resumo

A humanidade sempre busca no outro pontos de intersecção e de diferença para afirmar sua identidade. A globalização e o avanço do capitalismo multiplicaram e comercializaram fontes de identidades. Esta que outrora era alicerçada na nacionalidade, gênero, idioma etc., atualmente é fluida e de afastamento do outro. Na ausência do outro, a humanidade regressa ao eu. Assim, conceitos que são estruturados a partir de um sentido admitido socialmente, como o perdão, são abolidos junto à humanidade e à máxima de querer viver bem. Aqui um sentido “identitário” de perdão via regresso ao eu: o “autoperdão”. A proposta é desnudar este fenômeno sociopolítico, sob revisão das lentes teóricas de Hannah Arendt e do diálogo com alguns autores da antropologia e da sociologia contemporâneas. Depara-se com um possível adoecimento social estruturado e estruturante no fenômeno do “autoperdão”.