“SEU CABELO É LINDO, PRETA”: ANÁLISE DE PRODUTOS EDUCACIONAIS SOBRE CORPO NEGRO/ CABELO CRESPO NO CONTEXTO ESCOLAR

Autores

DOI:

https://doi.org/10.18224/educ.v26i1.14125

Palavras-chave:

Lei 10.639/03, Traços negroides, Contexto escolar, Produtos Educacionais

Resumo

Apesar do aumento do ingresso de alunos negros nas escolas públicas, ainda ocorre resistência por parte de professores na abordagem da história silenciada da escravidão. A persistência de currículos estruturados com um viés eurocêntrico faz com que alguns temas ligados a essa história apareçam somente em eventos como a Semana da Consciência Negra. Alunos da educação básica por vezes sofrem bullying por causa da cor da pele e do cabelo afro. Partindo desta questão, o estudo apresentado neste artigo teve o objetivo de verificar se trabalhos realizados em cursos de mestrados profissionais se constituem como Produtos Educacionais relevantes para uso em sala de aula a fim de melhorar a atuação e o pensamento crítico dos sujeitos em relação à estética do negro e traços negroides. O estudo é exploratório com enfoque qualitativo e se caracteriza como estado do conhecimento. Tendo como base o Portal eduCAPES foram selecionados trabalhos que abordam o corpo negro, incluindo-se cabelos, pele, traços característicos etc. Ao enfatizar a questão estética do negro, procurou-se compreender se os traços negroides estão tendo a devida atenção dos professores da educação básica para que possam contribuir com a autoestima dos alunos. Constatou-se que há poucos trabalhos e número baixo de Produtos Educacionais que representam inovações sobre práticas antirracistas. Ao concluir o artigo, são trazidas reflexões sobre inovações em práticas antirracistas acerca do corpo negro.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Simone Aparecida Fonseca Alves, Secretaria Estadual de Educação de Goiás - SEDUC/GO

Mestranda no Programa de Pós-Graduação Profissional em Ensino para a Educação Básica - PPGENEB pelo Instituto Federal Goiano – IG Goiano (2023 - 2025). Graduação em Letras Português - Inglês pela Universidade do Estado de Goiás - UEG. Professora efetiva na Secretaria Estadual de Educação - SEDUC/GO, na cidade Pires do Rio – GO.

Daniel Valério Martins, Universidade de Salamanca

Pós-Doutor em História Indígena pelo Instituto Histórico Geográfico de Santa Catarina (Brasil), em Inter e Sobreculturalidade pela Universidad Intercultural Indígena de Michoacán (México) e em Direitos Humanos pela Universidad de Salamanca (Espanha). Professor no Mestrado em Antropologia de Ibero-América da Universidade de Salamanca. Atualmente Professor Visitante no programa de Pós-graduação Profissional em Ensino para a Educação Básica no Instituto Federal Goiano. Tem experiência na área de Antropologia da Educação, com ênfase nos seguintes temas: cultura, diversidade, interculturalidade, educação, mediação e cooperação.

Referências

BRASIL. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília, 20 de dezembro de 1996. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Acesso em: 05 ago. 2023.

BRASIL. Lei n. 10.639, de 9 de janeiro de 2003. Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira", e dá outras providências. Brasília, 9 de janeiro de 2003. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.639.htm. Acesso em: 05 ago. 2023.

BRASIL. Portaria normativa nº 7, de 22 de junho de 2009. Dispõe sobre o mestrado profissional no âmbito da Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES. Diário Oficial da união, Brasília, DF, 23 jun. 2009. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/port_mestrado_profissional1.pdf. Acesso em: 05 ago. 2023.

BRASIL. Ministério da Educação. Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES. Diretoria de Avaliação. Comunicado n. 001/2012 – Área de Ensino. Orientações para novos APCNS ‐ 2012. Brasília: CAPES Maio de 2012. Disponível em: https://mnpef.ect.ufrn.br/wp-content/uploads/2017/03/Comunicado-CAPES-2012.pdf. Acesso em: 05 ago. 2023.

BRASIL. Ministério da Educação. Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES. Produção Técnica: Grupo de Trabalho. Brasília: CAPES, 2019.

CAVALLEIRO, Eliane. Discriminação racial e pluralismo em escolas da cidade de São Paulo. In: Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade – SECAD (Org.). Educação antirracista: caminhos abertos pela Lei Federal n.10.639/2003. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, 2006.

DIAS, Gabriella de Oliveira. “Você nunca vai saber o que é ter o cabelo para o alto”: o que dizem as professoras sobre os racismos vividos. 2022. 138 f. Dissertação (Mestrado em Ensino em Educação Básica) – Centro de Educação e Humanidades, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2022.

EDUCAPES. O que é eduCAPES? 2023. Disponível em: https://educapes.capes.gov.br/redirect?action=about. Acesso em: 05 ago. 2023.

GOMES, Nilma Lino. O Movimento Negro educador: saberes construídos nas lutas por emancipação. São Paulo: Vozes, 2017.

JESUS, Patrícia Gonçalves de. Ações afirmativas no IF Goiano Campus Urutaí: viabilidade para o fortalecimento da identidade negra. 2021. 116 f. Dissertação (Mestrado em Ensino para a Educação Básica) – Instituto Federal Goiano, Campus Urutaí, Urutaí, 2021.

MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Metodologia científica. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2017.

MARQUES, Rucélia Patrícia da Silva. “Desde quando preta tem lugar de fala?”: gênero, trabalho e educação técnico-profissional de jovens adultos – história de mulheres negras. 2022. 219 f. Dissertação (Mestrado em Educação Profissional e Tecnológica) – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba, João Pessoa, 2022.

PEREIRA, Marcelha Quintinilho. Você não é branca, você é morena: reflexões acerca da formação e atuação docente para uma educação antirracista. 2021. 111f. Dissertação (Mestrado em Ensino em Educação básica) – Centro de Educação e Humanidades, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2021.

ROMANOWSKI, Joana Paulina; ENS, Romilda Teodora. As pesquisas denominaras do tipo “estado da arte” em Educação. Diálogo Educ., Curitiba, v. 6, n.19, p. 37-50, set./dez. 2006.

RUIZ, João Álvaro. Metodologia científica: guia para eficiência nos estudos. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1995.

SILVA, Ana Cláudia Pinto da. O cabelo crespo como fio condutor do processo de pertencimento étnico-racial de meninas negras no ambiente escolar. 2022. 109 f. (Dissertação Mestrado em Ensino em Educação Básica) – Centro de Educação e Humanidades, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2022.

UFG - Universidade Federal de Goiás. Programa de Pós-graduação em Ensino na Educação básica – Universidade Federal de Goiás. O Produto Educacional e a Dissertação - questões e respostas. 2023. Disponível em: https://pos.cepae.ufg.br/p/34702-duvidas-sobre-o-produto-educacional-e-a-dissertacao. Acesso em: 08 jun. 2023.

Downloads

Publicado

05.03.2024

Como Citar

APARECIDA FONSECA ALVES, S.; MARTINS, D. V. “SEU CABELO É LINDO, PRETA”: ANÁLISE DE PRODUTOS EDUCACIONAIS SOBRE CORPO NEGRO/ CABELO CRESPO NO CONTEXTO ESCOLAR. Revista Educativa - Revista de Educação, Goiânia, Brasil, v. 26, n. 1, p. 18 páginas, 2024. DOI: 10.18224/educ.v26i1.14125. Disponível em: https://seer.pucgoias.edu.br/index.php/educativa/article/view/14125. Acesso em: 15 out. 2024.

Edição

Seção

Artigos Temáticos