QUE FORMAÇÃO, PARA QUE CURRÍCULO? UMA PONTE ENTRE O CURRÍCULO DO ENSINO BÁSICO E FORMAÇÃO DE PROFESSORES EM MOÇAMBIQUE
DOI:
https://doi.org/10.18224/educ.v26i1.13972Palavras-chave:
Educação, Currículo, Formação de professores, Ensino básicoResumo
A reforma curricular do Ensino básico em Moçambique de 2004 introduziu um conjunto de inovações e, consequentemente, desafios na formação de professores. Procuro neste texto discutir os contornos da formação de professores para o currículo do ensino básico introduzido em 2004, partindo do pressuposto de que a qualidade de ensino depende fundamentalmente da qualidade de formação dos seus professores. As reformas curriculares são decorrentes de mudanças sociais, econômicas e políticas que o país tem vindo a registar, objetivando com isso adequar o Sistema Nacional de Educação a novas realidades. As transformações ocorridas no ensino básico não foram acompanhadas pelo processo de formação de professores num aparente descompasso de cumplicidade entre a reforma curricular e o subsistema de formação de professores. Passados 10 anos de implementação do novo currículo, ainda é necessário refletir sobre que formação foi adotada para este currículo. Esta questão tem em conta a ideia de cumplicidade como espaço de constante negociação e negação de uns e outros aspectos do funcionamento da educação enquanto sistema. Para a compreensão desta temática, o estudo baseia-se na discussão de autores que se debruçam sobre o assunto, com destaque para Garcia (1999), Nóvoa (1992), Santos (2014), Joanir e Alves (2004), dialogando com depoimentos de técnicos de educação e professores atuantes no cotidiano escolar sobre as políticas de formação de professores para o currículo do ensino básico. Esses diálogos revelam que as estratégias elencadas para a introdução do currículo básico não funcionaram.
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