A NOTÍCIA COMO FORMA DE CONHECIMENTO: ZÉ, O BAIRRO E AS DISTORÇÕES NO TELEJORNALISMO LOCAL

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Bernadete Coelho Coelho de Sousa

Resumo

Esse artigo apresenta um estudo sobre o telejornalismo local e sua relação com a forma de construção do conhecimento proporcionada pela informação jornalística, considerando que as emissoras de TV investem no telejornalismo local como forma de criar um elo com o telespectador e aumentar a audiência Por sua vez a população local tem no telejornalismo uma forma de conhecer melhor o espaço social que habita e os fatos que afetam diretamente seu cotidiano. Dessa forma o artigo apresenta a visão de Robert Park e o quadro Zé do Bairro, exibido na RJ 1 na TV Rio Sul e também no JA1ª Ed da Televisão Anhanguera, ambas afiliadas da Rede Globo de Televisão. Foram analisadas duas reportagens de cada emissora apresentadas no quadro. Na TV Rio Sul foram escolhidos dias no mês de março de 2020, antes das mudanças provocadas pela pandemia do novo coronavírus e na TV Anhanguera foram escolhidas datas aleatórias no mês de janeiro de 2019. A intenção é refletir sobre essa forma de conhecimento a partir dos conceitos desenvolvidos por Robert Erza Park, sociólogo, jornalista e um dos fundadores da Escola de Chicago. Os resultados mostram que, no entanto, ao tentar se valer da tecnologia as emissoras acabam criando um personagem que aparentemente não tem muito a acrescentar o que o transforma em uma figura caricata e até certo ponto grotesca.

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Como Citar
COELHO DE SOUSA, B. C. A NOTÍCIA COMO FORMA DE CONHECIMENTO: ZÉ, O BAIRRO E AS DISTORÇÕES NO TELEJORNALISMO LOCAL. Revista Panorama - Revista de Comunicação Social, Goiânia, Brasil, v. 10, n. 2, p. 20–25, 2021. DOI: 10.18224/pan.v10i2.8620. Disponível em: https://seer.pucgoias.edu.br/index.php/panorama/article/view/8620. Acesso em: 29 mar. 2024.
Seção
Artigos / Articles
Biografia do Autor

Bernadete Coelho Coelho de Sousa, Pontifícia Universidade Católica - PUC- Goias

Jornalista, radialista, especialista em assessoria de Comunicação e Marketing, mestre em mídia e cidadania. Professora do curso de Jornalismo da Escola de comunicação da PUC Goiás.

Referências

“... o processo de troca de informação, mas também é a própria estrutura simbólica sobre a qual se apóia a sociedade. Nesse sentido, o ser humano é o resultado dos processos de interação simbólicos desenvolvidos pela sociedade e a própria sociedade é um produto da comunicação” (TEMER, 2009 p 38).

“Tal conhecimento, com efeito, pode ser concebido como forma de ajustamento orgânico ou adaptação, que representa a acumulação e, por assim dizer, a fusão de uma longa série de experiências. É essa espécie de conhecimento pessoal e individual que faz cada um de nós sentir-se à vontade no mundo que escolheu viver. (...) Um conhecimento que se incorpora no hábito, no costume e, por fim por algum processo de seleção natural, que não compreendemos plenamente no instinto; uma espécie de memória ou hábito social (PARK, In STEINBERG 1976 p.169)

Para os pesquisadores da comunicação o telejornalismo é um gênero modelar da televisão, pois ao mesmo tempo em que é uma construção social, ele possui uma expressão econômica, política, social e cultural particular, que se exprime a partir dos interesses e de uma relação de forças das mídias/empresas jornalísticas e das pressões das outras instituições sociais e do próprio público/ audiência. (TEMER, 2014 p196)

A captação do imaginário material pela televisão aconteceu precisamente na gênese do novo estatuto cognitivo da imagem, advindo de sua captura pelo espetáculo audiovisual, onde predominam os ícones e os índices indutores de identificação e projeção, principais formas de participação imaginária do público. O que antes pensadores e poetas chamavam de “imaginário”, afinado com a beleza formal, tornava-se então a matéria corrente de um fluxo informacional capaz de produzir formas sonoras, visuais, táteis, sem que o resultado possa ser concebido como um outro termo ou uma outra margem, separada do real. Protegido pelo mercado, afastado da pura contemplação do objeto como se dava na dimensão representativa tradicional, o imaginário ganhou vida tecnológica, confundindo-se com as representações humanas da vida real (SODRÉ, 2016 p 25)