A NOTÍCIA COMO FORMA DE CONHECIMENTO: ZÉ, O BAIRRO E AS DISTORÇÕES NO TELEJORNALISMO LOCAL
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“... o processo de troca de informação, mas também é a própria estrutura simbólica sobre a qual se apóia a sociedade. Nesse sentido, o ser humano é o resultado dos processos de interação simbólicos desenvolvidos pela sociedade e a própria sociedade é um produto da comunicação” (TEMER, 2009 p 38).
“Tal conhecimento, com efeito, pode ser concebido como forma de ajustamento orgânico ou adaptação, que representa a acumulação e, por assim dizer, a fusão de uma longa série de experiências. É essa espécie de conhecimento pessoal e individual que faz cada um de nós sentir-se à vontade no mundo que escolheu viver. (...) Um conhecimento que se incorpora no hábito, no costume e, por fim por algum processo de seleção natural, que não compreendemos plenamente no instinto; uma espécie de memória ou hábito social (PARK, In STEINBERG 1976 p.169)
Para os pesquisadores da comunicação o telejornalismo é um gênero modelar da televisão, pois ao mesmo tempo em que é uma construção social, ele possui uma expressão econômica, política, social e cultural particular, que se exprime a partir dos interesses e de uma relação de forças das mídias/empresas jornalísticas e das pressões das outras instituições sociais e do próprio público/ audiência. (TEMER, 2014 p196)
A captação do imaginário material pela televisão aconteceu precisamente na gênese do novo estatuto cognitivo da imagem, advindo de sua captura pelo espetáculo audiovisual, onde predominam os ícones e os índices indutores de identificação e projeção, principais formas de participação imaginária do público. O que antes pensadores e poetas chamavam de “imaginário”, afinado com a beleza formal, tornava-se então a matéria corrente de um fluxo informacional capaz de produzir formas sonoras, visuais, táteis, sem que o resultado possa ser concebido como um outro termo ou uma outra margem, separada do real. Protegido pelo mercado, afastado da pura contemplação do objeto como se dava na dimensão representativa tradicional, o imaginário ganhou vida tecnológica, confundindo-se com as representações humanas da vida real (SODRÉ, 2016 p 25)