<b>A Lepra no Oriente e Ocidente: da Antiguidade à Idade Média</b>

Conteúdo do artigo principal

Roseli Martins Tristão Maciel

Resumo

O trabalho é parte de nossa pesquisa de doutorado, trata-se de uma análise sobre a presença da enfermidade lepra, desde a Antiguidade até a Idade Média. O objetivo é identificar como o medo milenar do contágio, fortalecido pelos estigmas, acarretou um impacto profundo na vida das várias sociedades humanas do Oriente e do Ocidente. Pretende-se, ainda, demonstrar que as interpretações dadas a essa doença por religiões de matrizes, judaica e cristã tornaram-se institucionalizadas, gerando fortes representações negativas e preconceituosas que lhes são atribuídas. Para lançar luz à história da lepra e para tornar compreensível o medo e as interpretações preconceituosas lançadas aos indivíduos acometidos por ela, o aporte é buscado nas ciências econômicas, especificamente, no institucionalismo histórico, abordagem que tem como premissa básica a ênfase sobre a influência das instituições sobre o comportamento das sociedades, além de considerar a contingência histórica de toda e qualquer instituição (NORTH, 1990; 1991; 1994; 2000.) e (HODGSON, 1998; 2001; 2004; 2006; 2009).

 

 



Leprosy in the East and West: from Antiquity to the Middle Ages

The work is part of our doctoral research, it is an analysis of the presence of leprosy disease, from antiquity to the Middle Ages. The goal is to identify how the millennial fear of contagion, strengthened by the stigmas, led a profound impact on life of the various human societies of the east and the west. It is also intended to demonstrate that the interpretations given to this disease by matrix religions, Jewish and Christian have become institutionalized, generating strong negative and prejudiced representations attributed to them. To shed light on the history of leprosy and to make understandable the fear and interpretations prejudices released to individuals affected by it, the contribution is sought in the economic sciences, specifically, in historical institutionalism, approach that has as basic premise emphasis on the influence of institutions about the behavior of societies, in addition to considering the historical contingency of any and all institutions (NORTH, 1990; 1991; 1994; 2000)and (HODGSON, 1998; 2001; 2004; 2006; 2009).

Downloads

Não há dados estatísticos.

Detalhes do artigo

Como Citar
MACIEL, R. M. T. <b>A Lepra no Oriente e Ocidente: da Antiguidade à Idade Média</b>. Revista Mosaico - Revista de História, Goiânia, Brasil, v. 11, n. 2, p. 131–143, 2018. DOI: 10.18224/mos.v11i2.6388. Disponível em: https://seer.pucgoias.edu.br/index.php/mosaico/article/view/6388. Acesso em: 28 mar. 2024.
Seção
Artigos de Dossiê
Biografia do Autor

Roseli Martins Tristão Maciel, Universidade Estadual de Goiás

Professora do Departamento de história da UEG, Campus de Ciências Sócioeconomicas - Anápolis. Graduada em História pela PUC Goiás; mestre em História pela UFG; doutora em Políticas Públicas pela UFRJ.

Referências

ANDERSON, Perry. Passagens da Antiguidade para o Feudalismo. São Paulo: Brasiliense, 1995.

BELLASPIGA, Lúcia. Lepra o Drama dos Esquecidos. Revista Mundo e Missão, n. 99, jan/fev, 2006. Disponível em: <http://www.pime.org.br/mundoemissao/testemunhos lepra.htm>.

BENIÁC, Françoise. O medo da lepra. In: LE GOFF, Jacques (Org.). As Doenças tem História. Lisboa: Terramar, 1994.

BÍBLIA SAGRADA. 1983. N.T. Mateus. 4ª edição. Petrópolis-RJ: Vozes.

BRASIL, Lei n.9.010 de 29 de março de 1995. Dispõe sobre a terminologia oficial relativa à hanseníase e dá outras providências. Diário Oficial da União. Poder Executivo, Brasília, 30 de março de 1995. Seção 1, p.4509. Disponível em: <http://www2.camara.leg.br/legin /fed/lei/1995/lei-9010-29-marco-1995-348623-normapl.html>.

BROWNE, George Stanley. Lepra na Bíblia: estigma e realidade. Viçosa: Ultimato, 2003.

CORÃO. Disponível em:.

CUNHA, Ana Zoe Shillingda. Hanseníase: aspectos da evolução do diagnóstico, tratamento e controle. Revista Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 7, n. 2, p. 216-217, 2002.

DELUMEAU, Jean. História do Medo no Ocidente: 1300-1800 uma cidade sitiada. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.

FRANCO JÚNIOR, Hilário. A Idade Média: nascimento do Ocidente. São Paulo: Brasiliense, 2001.

FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir: nascimento da prisão. Petrópolis-RJ: Vozes, 2000.

FOUCAULT, Michel. Os Anormais. São Paulo: Martins Fontes, 2001.

FORNAZARI, Sandro Kobol; MATTOS, Débora Michelis. A lepra no Brasil: representações e práticas de poder. Cadernos de Ética e Filosofia Política. São Paulo, v. 6, p. 45-57, 2005.

GOFFMAN, Erving. Manicômios, Prisões e Conventos. São Paulo: Perspectiva, 2010.

GOFFMAN, Erving. Estigmas-Notas sobre a Manipulação da Identidade Deteriorada. Rio de Janeiro: Zahar, 1988.

HODGSON, Geofrey M. The approach of institutional economics. Journal of Economic Literature, v. 36, mar. 1998.

­­­­­­HODGSON, Geofrey M. A evolução das instituições: uma agenda para pesquisas teóricas futuras”. Econômica,v. 3, n. 1, p. 97-125, 2001.

­­­­­­HODGSON, Geofrey M. What are Institutions? Journal of Economic Issues,v. 40, n. 1, mar. 2006.

­­­­­­HODGSON, Geofrey M. Institutions and Economic Development: Constraining, Enabling and Reconstituting. In: DYMSKI, G.; DE PAULA, S. Reimagining Growth.Zed Books, 2004.

­­­­­­HODGSON, Geofrey M. Institutional economics into the twenty-first century. Studi e Note di Economia, Ano XIV, n. 1, 2009.

KOSSAK-SZCZUCKA, Zofia. O Santo Sepulcro. Edição eBooks Brasil, 2008. Disponível em: <http://www.ebooksbrasil.org>.

LE GOFF, Jacques. A Civilização do Ocidente Medieval. Lisboa: Imprensa Universitária, 1984.

LE GOFF, Jacques. As doenças têm História. Lisboa: Terramar, 1994.

LEWINSOHN, Raquel. Três Epidemias: lições do passado. Campinas: UNICAMP, 2003.

MACIEL, Laurinda Rosa. Em Proveito dos Sãos, perde o Lázaro a Liberdade – uma história das políticas públicas de combate à lepra no Brasil (1941 – 1962). 2007. 380p.Tese (Doutorado em História) – Universidade Federal Fluminense, Niterói-RJ.

MELO, Zélia Maria de. Os Estigmas: a deterioração da identidade. São Paulo: UNICAP, 2005.

MOLLAT, Michel. Os Pobres na Idade Média. Rio de Janeiro: Campus, 1989.

NORTH, Douglas. Institutions, Institutional Change and Economic Performance. Cambridge: Cambridge University Press, 1990.

NORTH, Douglas. Institutions , Journal of Economic Perspectives, v. 5, n. 1, p. 97-112,1991.

NORTH, Douglas. Custos de Transação, Instituições e Desempenho Econômico. Instituto Liberal, 1992.

NORTH, Douglas et al. Order, disorder and economic change: Latin America versus North America. New Haven, Yale University Press, 2000.

NORTH, Douglas. Understanding the Process of Economic Change. Princenton: Princenton University Press, 2005.

NORTH, Douglas. Entrevista: Douglass North. Revista Veja. Edição 1830, de 26 novembro, 2003.

NORTH, Douglas. Economic performance through time. The American Economic Review, v. 84, n. 3, jun. 1994.

QUEIROZ, Marcos de S.; CARRASCO, Maria Angélica P. O Doente da Hanseníase em Campinas: uma perspectiva antropológica. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 11, n. 3, p. 479-490, jul./set. 1995.

ROSEN, George. Uma História da Saúde Pública. São Paulo: HUCITEC/EDUSP; Rio de Janeiro:ABPSC, 1994.

SCHIMITT Jean Claude. A história dos marginais. In: LE GOFF, Jacques. A História Nova. São Paulo: Martins Fontes, 1990.

SONTAG, Susan. Doença como Metáfora: a AIDS e suas metáforas. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.

TORRES, Diana Obregón. Batalhas contra la lepra: Estado, medicina y ciência en Colombia. Medellín-Colômbia: Banco de la República/Fondo Editorial Universida EAFIT, 2002.

TRONCA, Ítalo. As Máscaras do Medo: lepra e AIDS. Campinas-SP: UNICAMP, 2002.