A Presença das Culturas Negras na Arte Moderna em Salvador e o Discurso da Baianidade

Conteúdo do artigo principal

Neila Dourado Gonçalves Maciel

Resumo

O presente artigo tem como objetivo esboçar uma análise sobre a arte moderna produzida em Salvador, na primeira e segunda fase de seu modernismo, ou seja, entre 1950 e 1970, e a presença (apropriação) massiva de manifestações culturais da população negra em suas narrativas e discursos. O artista Carybé é tomado aqui como um dos agentes construtores da “baianidade”, juntamente com a literatura, música e outras linguagens discursivas, as quais deram corpo a este conceito. A partir dos estudos empreendidos no corpo deste trabalho, podemos concluir que este discurso revela muito sobre o caráter contraditório da elite baiana do período estudado. Uma sociedade que passou a “se vender” discursivamente como pacífica, harmônica, sincrética, devedora das manifestações culturais de matrizes afro-brasileiras, mas, no entanto, excluiu e continua a excluir uma população que permanece invisibilizada aos olhares dos meios de comunicação e das políticas públicas, apesar da “presença” nas produções artísticas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Detalhes do artigo

Como Citar
GONÇALVES MACIEL, N. D. A Presença das Culturas Negras na Arte Moderna em Salvador e o Discurso da Baianidade. Revista Mosaico - Revista de História, Goiânia, Brasil, v. 9, n. 2, p. 209–227, 2017. DOI: 10.18224/mos.v9i2.5205. Disponível em: https://seer.pucgoias.edu.br/index.php/mosaico/article/view/5205. Acesso em: 29 mar. 2024.
Seção
Artigos de Dossiê
Biografia do Autor

Neila Dourado Gonçalves Maciel, Universidade Federal de Sergipe

Graduada em Artes Plásticas e Mestre em História da Arte pela Escola de Belas Artes da UFBA, Doutora em Arquitetura e Urbanismo pelo PPGAU - UFBA, professora Adjunta do Departamento de Museologia da UFS

Referências

ALBUQUERQUE JÚNIOR, Durval Muniz de. A invenção do Nordeste e outras artes. São Paulo: Cortez, 2011

ARAÚJO, Emanoel (Org.). As artes de Carybé. São Paulo: Museu Afrobrasil, 2009.

BARBOSA, Juciara Maria Nogueira. As crônicas de José Valladares e o Modernismo na Bahia. Anais do 7º Encontro Nacional da Rede Alfredo de Carvalho. Fortaleza, Ceará, 2009 Diponível em http: //www.ufrgs.br/alcar/encontros-nacionais-1/encontros-nacionais/7o-encontro-2009-1/As%20cronicas%20de%20Jose%20Valladares%20e%20o%20Modernismo%20na%20Bahia.pdf

BARRETO, José de Jesus (Org.). Carybé, Verger & Jorge: Obás da Bahia. Lauro de Freitas: Solisluna Editora; Salvador: Fundação Pierre Verger, 2012.

BAUMAN, Zygmunt. Identidade. Tradução Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2005.

BRUAND, Yves. Arquitetura contemporânea no Brasil. São Paulo: Perspectiva, 1997.

CAYMMI, Stella. Dorival Caymmi: o mar e o tempo. São Paulo: Editora 34, 2014.

CRAVO, Mario. O desafio da escultura: a arte moderna na Bahia – 1940 a 1980. Salvador: Omar G., 2001.

DRUMMOND, Washington Luis Lima. Retratos da Bahia e Centro Histórico de Salvador (1946-1952) uma cidade surrealista nos trópicos. Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2009.

FERRARA, Lucrécia D´Alessio. A comunicação como espetáculo epistemológico. Anais do XIX Encontro Anual da Compós, Puc-RJ, Rio de Janeiro, 2010. Disponível em: http://compos.com.puc-rio.br/media/gt7_lucrecia_ferrara.pdf

FLEXOR, Maria Helena Ochi. Bahia: raízes da arte moderna. In: Artes visuais na Bahia. Salvador: Contexto & Arte Editorial, 2003, p. 37-51.

LE GOFF, Jacques. História e Memória. Campinas, São Paulo: Editora da UNICAMP, 2003.

LYNCH, Kevin. A imagem da cidade. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2010.

MARIANO, Agnes. A invenção da baianidade. São Paulo: Annablume, 2009.

MATOS, Matilde. A Bahia vista por Carybé (1911-1997). In Afro-Ásia, nº 29/30, Salvador, Universidade Federal da Bahia, 2003, p 389-413. Disponível em: http://www.afroasia.ufba.br/pdf/afroasia_n29_30_p389.pdf

MORAES, Eduardo Jardim de. Modernismo revisitado. Estudos Históricos. Rio de Janeiro, voI. 1, n. 2, 1988. p 220 - 238.

MOURA, Milton (Org). A larga barra da baía: essa província no contexto do mundo. Salvador: EDUFBA, 2011.

OLIVEIRA, Iris Verena Santos de. Becos, Ladeiras e Encruzilhadas: andanças do povo-de-santo pela cidade de Salvador. Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em História Social da Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2007

ORTIZ, Renato. Cultura brasileira e identidade nacional. São Paulo: Brasiliense, 2006.

PAOLI, Paula de. A máquina de armazenar e o ingresso da Bahia na modernidade. II SEMINÁRIO DOCOMOMO – NE, 2008.

PINHO, Osmundo de Araújo. Descentrando o Pelô: narrativas, territórios e desigualdades raciais no Centro Histórico de Salvador. Dissertação apresentada ao Departamento de Antropologia do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Campinas, Campinas, São Paulo, 1996.

RISÉRIO, Antonio. Caymmi: uma utopia de lugar. São Paulo: Perspectiva, 2011.

________________Edgar Santos e a reinvenção da Bahia. Rio de Janeiro: Versal, 2013.

RUBIM, Antonio Albino Canelas. Cultura, política e mídia na Bahia contemporânea. Comunicação&política, v. X, n.1, Rio de Janeiro, 2003. p 93-117. Disponível em: http://www.cebela.org.br/imagens/Materia/2003-1%20093-117%20antonio%20albino.pdf

SAMPAIO, Antônio Heliodório Lima. Formas urbanas: cidade-real & cidade-ideal; contribuição ao estudo urbanístico de Salvador. Salvador: Quarteto Editora/ PPG/AU, Faculdade de Arquitetura da UFBA, 1999.

SANTOS, Jocélio Teles dos. O poder da cultura e a cultura no poder: a disputa simbólica da herança cultural negra no Brasil. Salvador: EDUFBA, 2005.

SILVA, Vagner Gonçalves. Artes do Axé. O sagrado afro-brasileiro na obra de Carybé. In: Ponto Urbe. Revista do Núcleo de Antropologia Urbana da USP. N.10, Ano 6, Julho de 2012. ISSN 1981-3341.