A PERCEPÇÃO ECOLÓGICA EM JOSÉ VIEIRA COUTO DE MAGALHÃES (1837-1898)

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Francisco Octávio Bittencourt de Sousa

Resumo

O texto foi escrito seguindo o método crítico histórico guiado pelos paradigmas da história ambiental acrescidos de reflexões antropológicas, e está interessado pelas formas como as sociedades concebem o meio ambiente e como mobilizam suportes mentais e materiais na relação com as naturezas. Buscou-se os elementos estruturantes da visão de Couto de Magalhães (1837-1898) a respeito da bacia hidrográfica do Tocantins-Araguaia, sua flora, fauna e a repertório cultural que orientou as reflexões naturalistas e econômicas desse militar do Império. Em seguida, fora exposto o aparelho discursivo e as representações que Couto de Magalhães possuía a respeito do ambiente e da relação que humanos deveriam manter com o rio e com os não-humanos. Não se trata de uma biografia. Partimos de Couto de Magalhães para identificar o espaço destinado a questões ambientais no debate político do Império.

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Como Citar
BITTENCOURT DE SOUSA, F. O. A PERCEPÇÃO ECOLÓGICA EM JOSÉ VIEIRA COUTO DE MAGALHÃES (1837-1898). Revista Habitus - Revista do Instituto Goiano de Pré-História e Antropologia, Goiânia, Brasil, v. 19, n. 1, p. 93–109, 2021. DOI: 10.18224/hab.v19i1.8719. Disponível em: https://seer.pucgoias.edu.br/index.php/habitus/article/view/8719. Acesso em: 28 mar. 2024.
Seção
Artigos Livres / Open Acess Article
Biografia do Autor

Francisco Octávio Bittencourt de Sousa, Universidade de Brasília

Graduando em Ciências Sociais, Universidade de Brasília.

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