POVOS INDÍGENAS, COLONIALISMO E MEIO-AMBIENTE - ARQUEOLOGIA DA CONTEMPORANEIDADE NA AMAZÔNIA

Conteúdo do artigo principal

Fabíola Andréa Silva

Resumo

No Brasil republicano, as políticas governamentais de desenvolvimento econômico – especialmente nas regiões Norte e Centro-Oeste – vêm sendo motivadas pela premissa da ocupação territorial como estratégia de expansão dos espaços produtivos, e caracterizadas por deslocamentos populacionais e exploração dos recursos naturais regionais. Neste texto pretendo mostrar como este colonialismo interno têm afetado a vida do povo indígena Asurini do Xingu – que vive na T.I. Koatinemo, estado do Pará – no que se refere à produção e uso de seus bens culturais. Ao mesmo tempo, quero ressaltar a importância de uma arqueologia da contemporaneidade, na região amazônica, tendo em vista as múltiplas questões que são subjacentes ao problema da mudança climática.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Detalhes do artigo

Como Citar
SILVA, F. A. POVOS INDÍGENAS, COLONIALISMO E MEIO-AMBIENTE - ARQUEOLOGIA DA CONTEMPORANEIDADE NA AMAZÔNIA. Revista Habitus - Revista do Instituto Goiano de Pré-História e Antropologia, Goiânia, Brasil, v. 19, n. 1, p. 60–77, 2021. DOI: 10.18224/hab.v19i1.8966. Disponível em: https://seer.pucgoias.edu.br/index.php/habitus/article/view/8966. Acesso em: 28 mar. 2024.
Seção
Dossiê / Dossier
Biografia do Autor

Fabíola Andréa Silva, Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo

Docente e pesquisadora do MAE-USP. Coordenadora do Laboratório de Estudos Interdisciplinares sobre Tecnologia e Território (LINTT) e Bolsista de Produtividade do CNPq

Referências

ALBERT, Bruce; RAMOS, Alcida (orgs.). Pacificando o branco. Cosmologias do contato no norte-amazônico. São Paulo: Editora UNESP, 2002.

ALVES, José E. D.; MARTINE, George. Population, development and environmental contradictions. In: ISSBERNER, Liz-Rejane; LÉNA, Philippe (eds.). Brazil in the anthropocene. Conflicts between predatory development and enviromental policies. Londres: Routledge, 2018. p. 41-61.

COHN, Clarice. Belo Monte e processos de licenciamento ambiental: as percepções e as atuações dos Xikrin e dos seus antropólogos. Revista de Antropologia Social dos Alunos do PPGAS-UFSCar, v. 2, n. 2, p. 224-251, 2010.

FEARNSIDE, Philip M. Planned disinformation: the example of the Belo Monte Dam as a source of greenhouse gases. In: ISSBERNER, Liz-Rejane; LÉNA, Philippe (eds.). Brazil in the anthropocene. Conflicts between predatory Development and Enviromental Policies. Londres: Routledge, 2018. p. 125-142.

FERRANTE, Lucas; FEARNSIDE, Philip. O novo presidente do Brasil e “ruralistas” ameaçam o meio ambiente, povos tradicionais da Amazônia e o clima global. 2019. Disponível em: https://amazoniareal.com.br/o-novo-presidente-do-brasil-e-ruralistas-ameaçam-o-meio-ambiente-povos-tradicionais-da-amazonia-e-o-clima-global/. Acesso em: 10 mar. 2020.

FERREIRA, Eduardo X. Asurini do Xingu. História e etnografia. Dissertação (Mestrado em Antropologia) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2018.

GORDON, Cesar. Economia selvagem. Ritual e mercadoria entre os índios Xikrin-Mebêngôkre. São Paulo: Editora da UNESP, 2006.

GRAVES-BROWN, Paul. When was the Anthropocene? (and why?). Journal of Contemporary Archaeology, v. 1, n. 1, p. 77-81, 2014.

GRAVES-BROWN, Paul; HARRISON, Rodney; PICCINI, Angela. The Oxford hanbook of the archaeology of the contemporary world. Oxford: Oxford University Press, 2013.

HARRIS, Edward C. Archaeological stratigraphy: a paradigm for the Anthropocene. Journal of Contemporary Archaeology, v. 1, n. 1, p. 105-109, 2014.

HOWARD, Catherine. A domesticação das mercadorias: estratégias Waiwai. In: ALBERT, Bruce; RAMOS, Alcida (orgs.). Pacificando o branco. Cosmologias do contato norte-amazônico. São Paulo: Editora UNESP, 2002. p. 25-60.

HUDSON, Mark J. Dark artifacts: hyperobjects and the archaeology of the Anthropocene. Journal of Contemporary Archaeology, v. 1, n. 1, p. 82-86, 2014.

LÉNA, Phillipe; ISSBERNER, Liz-Rejane. Anthropocene in Brazil: an inquiry into development on session and policy limits. In: ISSBERNER, Liz-Rejane; LÉNA, Phillipe (eds.). Brazil in the Anthropocene. Conflicts between predatory development and enviromental policies. Londres: Routledge, 2018. p. 1-15.

LOUREIRO, Violeta R. The Amazon before the Brazilian environmental issue. In: ISSBERNER, Liz-Rejane; LÉNA, Phillipe. (eds.). Brazil in the Anthropocene. Conflicts between predatory development and enviromental policies. Londres: Routledge, 2018. p. 62-81.

LUKESH, Anton. Bearded indians of the tropical forest. The Asurinis of the Ipiaçaba. Graz: Akad, Druck und Verlag Anst, 1976.

MÜLLER, Regina P. Os Asuriní do Xingu. História e arte. Campinas: Editora da UNICAMP, 1990.

PÁDUA, José A. Brazil in the history of the Antropocene. In: ISSBERNER, Liz-Rejane e LÉNA, Phillipe (eds.). Brazil in the Anthropocene. Conflicts between predatory development and enviromental policies. Londres: Routledge, 2018. p. 19-40.

PAULA, Luis R. Antropologia, desenvolvimento e estudos de impacto ambiental: a responsabilidade social do antropólogo revisitada. Revista de Antropologia Social dos Alunos do PPGAS-UFSCar, v. 2, n. 2, p. 252-281, 2010.

RIBEIRO, Berta. A oleira e a tecelã. Revista de Antropologia, v. 26, p. 25-61. 1982.

SAHLINS, Marshal. Cosmologies of the capitalism: trans-pacific sector of “world system”. Proceedings of the British Academy, v. LXXIV, p. 1-51,1988.

SAHLINS, Marshal. O “pessimismo sentimental” e a experiência etnográfica: por que a cultura não é um “objeto” em via de extinção (Parte I). Mana, v. 3, n. 1, p. 41-73, 1997a.

SAHLINS, Marshal. O “pessimismo sentimental” e a experiência etnográfica: por que a cultura não é um “objeto” em via de extinção (Parte II). Mana, v. 3, n. 2, p. 103-150, 1997b.

SANTOS-GRANERO, Fernando. The occult life of things. Native Amazonian theories of materiality and personhood. Tucson: University of Arizona Press, 2009.

SILVA, Fabíola A. Ceramic production technology among the Asurini of Xingu: technical choices, transformations and enchantment. Vibrant, v. 16, p. 1-29, 2019.

SILVA, Fabíola A. Tecnologias em transformação: inovação e (re)produção dos objetos entre os Asurini do Xingu. Boletim do Museu Paraense Emilio Goeldi. Ciências Humanas, v. 8, n. 3, p. 729-744, 2013.

SILVA, Fabíola A. Contract archaeology and indigenous peoples: reflections on the Brazilian context. International Journal of Historical Archaeology, v. 19, p. 832-842, 2015a.

SILVA, Fabíola A. Arqueologia colaborativa com os Asurini do Xingu: um relato da pesquisa no igarapé Piranhaquara, T.I. Koatinemo. Revista de Antropologia, v. 58, n.1, p. 143-172, 2015b.

SILVA, Fabíola A.; BESPALEZ, Eduardo; STUCHI, Francisco. Arqueologia colaborativa na Amazônia: Terra Indígena Koatinemo, rio Xingu, Pará. Amazônica. Revista de Antropologia, v. 3, n. 1, p. 32-59, 2011.

SILVA, Fabíola A.; CUNHA LIMA, Silvia. Etnoarqueologia, conservação arqueológica e a compreensão dos processos de formação do registro arqueológico na Amazônia: a cerâmica arqueológica dos Asurini do Xingu. Revista de Arqueologia (SAB), v. 28, n.1, p. 123-142, 2015.

SILVA, Fabíola A.; GARCIA, Lorena W. L. G. Território e memória dos Asurini do Xingu: arqueologia colaborativa na T.I. Koatinemo, Pará. Amazônica. Revista de Antropologia, v. 7, n. 1, p. 74-99, 2015.

SILVA, Fabíola A.; NOELLI, Francisco S. Mobility and territorial occupation of the Asurini do Xingu, Pará, Brazil. An archaeology of the recent past in the Amazon. Latin American Antiquity, v. 26, n. 4, p. 493-511, 2015.

VELTHEM, Lúcia H. van. “Feito por inimigos”. Os brancos e seus bens nas representações Wayana do contato. In: ALBERT, Bruce; RAMOS, Alcida (orgs.). Pacificando o branco. Cosmologias do contato do norte-amazônico. São Paulo: Editora da UNESP, 2002. p. 61-83.

VIVEIROS de CASTRO, Eduardo; ANDRADE, Lúcia. As Hidrelétricas do Xingu e os povos indígenas. São Paulo: Comissão Pró-Índio de São Paulo, 1989.

VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo B. Araweté: Deuses canibais. Rio de Janeiro: Zahar/ANPOCS, 1986.

ZHOURI, Andréa (ed.). As tensões do lugar. Hidrelétricas, sujeitos e licenciamento ambiental. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2011.