ECOARQUEOLOGIA DOS NÃO-HUMANOS NO ENGENHO DO MURUTUCU: UM ENSAIO SOBRE A FAUNA E FLORA DA AMAZÔNIA COLONIAL

Conteúdo do artigo principal

Diogo Menezes Costa

Resumo

O tempo, o espaço, e a materialidade do sítio ecoarqueológico histórico e patrimônio nacional Engenho do Murutucu – Belém – PA, são interpretados como palcos de um ensaio filosófico sobre a fauna e flora da Amazônia colonial e pós. Partindo de um possível diálogo entre o Perspectivismo Ameríndio e a Teoria Ator-Rede, propõe-se aqui uma ecoarqueologia formada pelos não-humanos, passados e presentes, do e no sítio ecoarqueológico. Onde espectros como o naturalismo ético e a especiação alopatrica, emergem em ressonância com imensos coletivos formados por quase-objetos, quase-sujeitos e híbridos actantes, com forma e função não simétricas para com os bens culturais e naturais.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Detalhes do artigo

Como Citar
COSTA, D. M. ECOARQUEOLOGIA DOS NÃO-HUMANOS NO ENGENHO DO MURUTUCU: UM ENSAIO SOBRE A FAUNA E FLORA DA AMAZÔNIA COLONIAL. Revista Habitus - Revista do Instituto Goiano de Pré-História e Antropologia, Goiânia, Brasil, v. 19, n. 1, p. 6–21, 2021. DOI: 10.18224/hab.v19i1.8864. Disponível em: https://seer.pucgoias.edu.br/index.php/habitus/article/view/8864. Acesso em: 28 mar. 2024.
Seção
Dossiê / Dossier
Biografia do Autor

Diogo Menezes Costa, Universidade Federal do Pará

Professor no Programa de Pós-Graduação em Antropologia - PPGA/IFCH/UFPA e Programa de Pós-Graduação em Ciências do Patrimônio Cultural - PPGPATRI/ITEC/UFPA.

Referências

CARD, Jeb J. The Archaeology of Hybrid Material Culture. Southern Illinois: University Press, 2013.

CASANOVA, Catarina. Serão os não humanos os últimos ‘Outros’ na antropologia? Representações sobre a superioridade humana. Trabalhos de Antropologia e Etnologia, v. 56, p. 105-34, 2016.

CAVALCANTE, Kellison Lima. A ecosofia de Félix Guattari: uma análise da filosofia para as questões ambientais. Cadernos Cajuína, v. 2, n. 2, p. 72-78, 2017.

CERRETTO, Clovis; DOMENICO, Silvia Marcia Russi de. Mudança e teoria Ator-Rede: humanos e não humanos em controvérsias na implementação de um centro de serviços compartilhados. Cad. EBAPE.BR, v. 14, n. 1, p. 83-115, 2016.

COSTA, Diogo Menezes. Archaeology of the African Slaves in the Amazon. Journal of African Diaspora Archaeology and Heritage, v. 5, p. 198-221, 2016a.

COSTA, Diogo Menezes. Arqueologia dos africanos escravos e livres na Amazônia. Vestígios - Revista Latino-Americana de Arqueologia Histórica, v. 10, p. 69-91, 2016b.

COSTA, Diogo Menezes. Arqueologia histórica Amazônida. Revista de Arqueologia, v. 30, n. 1, p. 154, 2017a.

COSTA, Diogo Menezes. Historical Archaeology in the Amazon: The Murutucu Sugar Cane Mill Field School Project. International Journal of Historical Archaeology, v. 21, n. 3, p. 674-89, 2017b.

COSTA, Diogo Menezes. Eco-Historical Archaeology in the Brazilian Amazon: Material, Natural and Cultural Western Transformations. p. 65-86. In: SOUZA, M. A. T.; COSTA, D. M. (orgs.). Historical Archaeology and Environment. Cham: Springer International Publishing, 2018.

COSTA, Diogo Menezes. Ecoarqueologia histórica na Amazônia. Desenvolvimento e Meio Ambiente, v. 52, 2019.

COSTA, Diogo Menezes. Histórias do Engenho do Murutucu: um patrimônio arruinado na Amazônia Brasileira. O Ideário Patrimonial, v. 14, p. 132-161, 2020a.

COSTA, Diogo Menezes. Arqueologia no engenho do Murutucu: um sítio histórico na Amazônia brasileira. Antrope, v. 12, p. 30-58, 2020b.

DUHART, Frédéric. Un vino entre naturaleza y culturas. Eco-antropología del viñedo de arenas del litoral gascón desde el siglo XVIII. 11, 2010.

DUHART, Frederic. Reflexiones desde la eco-antropologia sobre el terroir. Mundo Agrario, v. 11, n. 17, 2011.

FERNANDEZ, Atahualpa. Naturalismo ético: Uma aproximação. 2015.

FOLADORI, Guillermo; TAKS, Javier. Um olhar antropológico sobre a questão ambiental. Mana, v.10, n. 2, p. 323-48, 2004.

FREITAS, Renata Duarte de Oliveira. Animais não humanos: os novos sujeitos de Direito. Revista Brasileira de Direito Animal (Ética Animal). 2013.

GODOY, José Eduardo P. de. Naus no Brasil Colônia. Brasília: Senado Federal, 2007.

GOMES, Sérgio Alexandre. Vestígios para um amanhã. Biblos, v. 3, p. 169-92, 2018.

GUARDIOLA-RIVERA, Oscar. O ser contra o mundo: Rebelião e constituição. Unisinos, 2014.

HARAWAY, Donna. Manifesto ciborgue: ciência, tecnologia e feminismo- socialista no final do sec XX. p. 126. In: KUNZRU, H.; HARAWAY, D.; SILVA, T. T. (orgs.). Antropologia do ciborgue: as vertigens do pós-humano. Belo Horizonte: Autêntica. 2009.

HUR, Domênico Uhng. Guattari e a ecosofia. Revista Psicologia Política, v. 15, n. 33, p. 423-30, 2015.

INGOLD, Tim. The Perception of the Environment: Essays on Livelihood, Dwelling and Skill. 1. ed. Routledge. 2002.

INGOLD, Tim. Trazendo as coisas de volta à vida: emaranhados criativos num mundo de materiais. Horizontes Antropológicos, v. 18, n. 37, p. 25-44, 2012.

IUGS. International Chronostratigraphic Chart/Geologic Time Scale V. 2021/05. Disponível em: https://stratigraphy.org/. Acesso em: 12 jul. 2021.

LATOUR, Bruno. Science in Action: How to Follow Scientists and Engineers through Society. Cambridge: Harvard University Press, 1987.

LATOUR, Bruno. Jamais fomos modernos: ensaio de antropologia simétrica. Rio de Janeiro: Ed. 34, 1994.

LATOUR, Bruno. Reassembling the Social - An Introduction to Actor-Network-Theory. New York: Oxford University Press, 2005.

LATOUR, Bruno. Will non-humans be saved? An argument in ecotheology. Journal of the Royal Anthropological Institute, v. 15, p. 459-75, 2009.

MACIEL, Lucas da Costa. Perspectivismo ameríndio. Enciclopédia de Antropologia. São Paulo: Universidade de São Paulo, Departamento de Antropologia, 2019.

MORAES, Márcia. A ciência como rede de atores: ressonâncias filosóficas. História, Ciências, Saúde, Manguinhos, v. 11, n. 2, p. 321-33, maio-ago., 2004.

PORPORA, Douglas V. Dehumanization in theory: anti-humanism, non-humanism, post-humanism, and trans-humanism. Journal of Critical Realism, v. 16, n. 4, p. 353-367, 2017.

RAPCHAN, Eliane Sebeika; NEVES, Walter Alves. Etnografias sobre humanos e não humanos: limites e possibilidades. Revista de Antropologia, v. 57, n. 1, p. 33-84, 2014.

SCHEEL-YBERT, Rita. Arqueobotânica na América do Sul: Paisagem, subsistência e uso de plantas no passado. Cadernos do LEPAARQ (UFPEL) v. 13, p. 25, p. 117-30, 2016.

SCHEEL-YBERT, Rita; SOLAR, María EUGENIA; OLIVEIRA, Fábio de. Arqueobotânica: Integrando indícios sobre meio ambiente, uso de vegetais e agricultura à Arqueologia. 7. 2003.

SERRES, Michel. The parasite. Baltimore e Maryland: The Johns Hopkins University Press, 1982.

SERRES, Michel; OBR, Hans Ulbrich. Quase-objetos. Ecopolítica 8. 2014.

SIMONS, Massimiliano. The Parliament of Things and the Anthropocene: How to Listen to ‘Quasi-Objects’. Techné: Research in Philosophy and Technology 21, 2017.

SPADAVECCHIA, Jolanda; APCHAIN, Emilande; ALBÉRIC, Marie; FONTAN, Elisabeth; REICHE, Ina. One-Step Synthesis of Collagen Hybrid Gold Nanoparticles and Formation on Egyptian-like Gold-Plated Archaeological Ivory. Angewandte Chemie International Edition, v. 53, n. 32, p. 8363-66, 2014.

STADEN, Hans. Viagem ao Brasil. Rio de Janeiro: Academia Brasileira, 1930.

STENGERS, Isabelle. Power and Invention: Situsting Science. University of Minnesota Press, 1997.

VIDAL, Susana de Castro Vera. A questão da verdade: da metafisica moderna ao pragmatismo. 7. Letras, 2006.

VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. Os pronomes cosmológicos e o perspectivismo ameríndio. Mana, v. 2, n. 2, p. 115-44, 1996.

VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. Perspectivismo e multinaturalismo na América indígena. O que nos faz pensar, v. 14, n. 18, p. 225-54, 2004.

VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. O anti-narciso: lugar e função da Antropologia no mundo contemporâneo. Revista Brasileira de Psicanálise, v. 44, n. 4, p. 5-26, 2010.

VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. O medo dos outros. Revista de Antropologia, v. 54, n. 2, p. 885-917, 2011.