<b>Afinal, Como Nasce um Texto Etnográfico? As Tramas do Percurso do Trabalho de Campo e a Escrita Etnográfica</b>

Conteúdo do artigo principal

Tadeu Lopes Machado

Resumo

O trabalho de campo é ferramenta indispensável para o fazer etnográfico. Esse artigo reforça sua importância e reflete os elementos que compõem o cenário da pesquisa. A primeira parte dialoga com alguns antropólogos clássicos das tradições inglesa, norte-americana e francesa que foram fundamentais no reconhecimento do trabalho de campo como essencial na antropologia. A partir dessa análise entende-se que o trabalho de campo contribuiu para a afirmação da antropologia enquanto ciência independente e autônoma. Na segunda parte do artigo faço uma descrição de minha aproximação com o povo indígena Palikur, que foram meus colaboradores na construção da dissertação do mestrado. Nessa parte do texto é destacada a escolha do campo de pesquisa, que muitas vezes superam as expectativas do antropólogo. A conclusão é que o campo é a etapa do trabalho antropológico capaz de superar as noções distanciadas que construímos ao longo de nossas pesquisas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Detalhes do artigo

Como Citar
MACHADO, T. L. <b>Afinal, Como Nasce um Texto Etnográfico? As Tramas do Percurso do Trabalho de Campo e a Escrita Etnográfica</b>. Revista Habitus - Revista do Instituto Goiano de Pré-História e Antropologia, Goiânia, Brasil, v. 16, n. 2, p. 293–308, 2019. DOI: 10.18224/hab.v16i2.5716. Disponível em: https://seer.pucgoias.edu.br/index.php/habitus/article/view/5716. Acesso em: 29 mar. 2024.
Seção
Artigos / Articles
Biografia do Autor

Tadeu Lopes Machado, Universidade Federal do Pará/Universidade Federal do Amapá

Doutorando na Universidade Federal do Pará. Mestre pela Universidade Federal do Pará. E-mail: [email protected]

Referências

BOAS, Franz. Introdução. In: BENEDICT, Ruth. Padrões de cultura. Trad. Ricardo A. Rosenbusch. Petrópolis, RJ: Vozes, 2013. (Coleção Antropologia).

BOAS, Franz. Race, language and culture. New York: The Macmillan Company, 1940.

CASTRO, Eduardo Viveiros de. Claude Lévi-Strauss por Eduardo Viveiros de Castro. Estudos Avançados, v. 23, n. 67, 2009.

CASTRO, Eduardo Viveiros de. O campo na selva visto da praia. Estudos históricos, Rio de Janeiro, v. 5, n. 10, 1992. p. 170-190.

CAVIGNAC, Julie Antoinette. Maurice Leenhardt e o início da pesquisa de campo na Antropologia francesa. Texto apresentado na Anpocs em 2001.

DEGÉRANDO, Joseph-Marie. The observation of savage peoples. [1969]. In: Ethnographic Fieldwork: Anthropological Reader. 2. ed. Edited by Antonius C. G. M. Robben and Jeffrey A. Sluka. Published 2012 by John Wiley & Sons, Inc. p. 56-62.

EVANS-PRITCHARD, Edward Evan. Bruxaria, oráculo e magia entre os Azande. [1937]. Trad. Eduardo Viveiros de Castro. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2005.

FIRTH, Raymond. Nós, os Tikopias: um estudo sociológico do parentesco na Polinésia primitiva. Prefácio de Bronislaw Malinowski. [1936]. São Paulo: EDUSP, 1998.

FRANCO, Mariana Ciavatta Pantoja. Os Milton: cem anos de história familiar nos seringais. Tese (Doutorado em Ciências Sociais), Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP, 2001.

GEERTZ, Clifford. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: LTC, 2008.

GEERTZ, Clifford. Obras e vidas: O antropólogo como autor. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2005.

ITURRA, Raúl. Trabalho de campo e observação participante em antropologia. In. SILVA, Augusto Santos; PINTO, José Madureira. Metodologia das Ciências Sociais. 4. ed. Porto-PT: Biblioteca das Ciências do Homem; Edições Afrontamento, 1990.

KORSBAEK, Leif. W. H. R. Rivers: Médico, psicólogo, etnólogo y antropólogo británico, y em todo carismático. Cuicuilco, v. 21, n. 59, p. 41-64, jan./abr. 2014.

LAPLANTINE, François. Aprender antropologia. Tradução Marie-Agnès Chauvel. São Paulo: Brasiliense, 2000.

LEENHARDT, Maurice. Do. Kamo: person and myth in the melanesian world. Translated by Basia Miller Gulati. Chicago: The University of Chicago Press, 1979.

LESTRINGANT, Frank. De Jean de Léry a Claude Lévi-Strauss: por uma arqueologia de Tristes Trópicos. Revista de Antropologia, São Paulo, USP, v. 43, n. 2, 2000.

LÉVI-STRAUSS, Claude. A boemia em Nova York. In. De perto e de longe (Entrevista a Didier Eribon). Rio de Janeiro: Ed. Nova Fronteira, 1989.

LÉVI-STRAUSS, Claude. Tristes trópicos. Trad. Rosa Freire d’Aguiar. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.

MALINOWSKI, Bronislaw. Argonautas do Pacífico Ocidental. [1922] São Paulo: Editora Abril, 1984.

MALINOWSKI, Bronislaw. Crime e costume na sociedade selvagem. Trad. Maria Clara Corrêa Dias. 2. ed. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2008.

MALINOWSKI, Bronislaw. Um diário no sentido estrito do termo. Trad. Celina Cavalcante Falk. Rio de Janeiro: Record, 1997.

MAUSS, Marcel. Ensaio sobre a dádiva: forma e razão da troca nas sociedades arcaicas. [1925]. Sociologia e Antropologia. São Paulo: Cosac & Naify, 2003.

MORGAN, Lewis Henry. A sociedade antiga. In: CASTRO, Celso (Org.). Evolucionismo cultural: textos de Morgan, Tylor e Frazer. Trad. Maria Lúcia de Oliveira. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2005. p. 20-30.

OLIVEIRA, Pacheco de João. Elementos para uma sociologia dos viajantes. Rio de Janeiro: Museu Nacional, 1983.

OLIVEIRA, Roberto Cardoso de. (Org.). Marcel Mauss: Antropologia. São Paulo: Ática, 1979.

OLIVEIRA, Roberto Cardoso de. Sobre o pensamento antropológico. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1997.

PERRONE-MOISÉS, Leyla. Alegres Trópicos: Gonneville, Thevet e Léry. Revista da USP, São Paulo, v. 30, p. 84-93, jul./ago. 1996.

RADCLIFFE-BROWN, A. R. Estrutura e função na sociedade primitiva. [1952]. Petrópolis: Vozes, 1973.

RIVERS, W. H. R. Medicine, magic and religion. London: Kegan Paul, 1924.

SILVA, Vagner Gonçalves da. O antropólogo e sua magia: Trabalho de campo e texto etnográfico nas pesquisas antropológicas sobre religiões afro-brasileiras. São Paulo: Edusp, 2006.

WAGNER, Roy. A invenção da cultura. Trad. Marcela Coelho de Souza. São Paulo: Ubu Edita, 2017.