O RANÇO DO CORONELISMO E O PODER DE TORNAR OS CORPOS DÓCEIS: A NATURALIZAÇÃO DA VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES NA CIDADE DE GOIÁS

Conteúdo do artigo principal

Renata Botelho Dutra
Margareth Pereira Arbués

Resumo

O presente artigo propõe-se a refletir a problemática da violência doméstica enquanto dimensão da violência estrutural que afeta a sociedade hodierna. O percurso metodológico deu-se com base em discussões resultantes de estudos revisionais, documentais e de reflexões, fruto de pesquisas quali/quantitativas acerca da violência doméstica realizadas pelo projeto de Extensão (2015/2017): “O Cravo e a Rosa” . Assim, metodologicamente, procurou-se analisar os fenômenos a partir do olhar dos coletados durante a execução do projeto. Nesse sentido, a arquitetura e o design textual procurou refletir a violência doméstica sob os várias olhares das ciências sociais, cujo tecido histórico abarca desde os tempos remotos à contemporaneidade. Trazendo como centralidade da problemática, o fenômeno do coronelismo, enquanto representação do poder simbólico de conteúdo patriarcal, que marcou uma época na história regional e do Brasil, cujo ranço ainda permanece perene nas relações de gênero, mantendo, naturalizada, a violência contra as mulheres na cidade de Goiás.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Detalhes do artigo

Como Citar
DUTRA, R. B.; ARBUÉS, M. P. O RANÇO DO CORONELISMO E O PODER DE TORNAR OS CORPOS DÓCEIS: A NATURALIZAÇÃO DA VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES NA CIDADE DE GOIÁS. Revista Fragmentos de Cultura - Revista Interdisciplinar de Ciências Humanas, Goiânia, Brasil, v. 29, n. 4, p. 684–696, 2020. DOI: 10.18224/frag.v29i4.7750. Disponível em: https://seer.pucgoias.edu.br/index.php/fragmentos/article/view/7750. Acesso em: 29 mar. 2024.
Seção
Dossiê / Dossier
Biografia do Autor

Renata Botelho Dutra, Universidade Federal de Goias

É graduada em Direito pela PUC Goiás, Pós-graduada llato sensu em Direito Penal e Processo Penal pela PUC Goiás , Mestre em Ciências Penais pela UFG- Universidade Federal de Goiás e atualmente cursa o Doutorado em Psicologia pela PUC-Goiás. É professora em regime de dedicação exclusiva do curso de Direito da UFG- Universidade Federal de Goiás (Campus Cidade de Goiás) onde ministra as disciplinas de Direito Penal , Processo Penal , Estágio e Psicologia e Direito. Foi coordenadora do Núcleo de Prática Jurídica da UFG - Goiás e também de Monografia. Coordena projetos de pesquisa e extensão envolvendo gênero e violência . Atualmente encontra-se licenciada para doutoramento

Referências

AMATO, Maria Ines. La pericia psicologica en violencia familiar. Buenos Aires: La Rocca, 2004.

BARD, M., ZACKER, J.The prevention of family violence: dilemmas of community intervention. Journal of Marriage and Family, nº33, p.p 667-682, 1971.

BEATTIE, Melody. Liberate de la codependencia. Buenos Aires: Sirio, 2001.

BEAUVOIR, Simone. O segundo sexo. Fatos e Mitos. São Paulo: Difusão Europeia do Livro, 1970.

BOURDIEU, Pierre. La dominación masculina. Pedro de la Creu: Anagrama., 2000

COELHO, M.T.D ; SANTIAGO, R.A. A violência contra a mulher: antecedentes históricos. Disponível em http://www.revistas.unifacs.br/index.php/sepa/article/view/313 Acesso em : 15/04/2014.

COLASANTI, Marina. Contos de amor rasgados. Rio de Janeiro: Rocco, 1986.

DAHLBERG, L. L; KRUG, E. G. Violência: um problema global de saúde pública. Ciência & Saúde Coletiva, 11(Sup), p.p 1163-1178, 2007

DOWLING, Colete. El complejo de Cenicienta: El miedo de lãs mujeres a La independência. Random House Mandadori, 2006.

ESTÉS, Clarissa Pínkola. Mulheres que correm com os lobos. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

FAUR, Patrícia. Amores que matam: quando um relacionamento inadequado pode ser tão perigoso quanto usar uma droga/ Patricia Faur; tradução Marlova Aseff.- Porto Alegre: L & M Pocket, 2013.

FUNDAÇÃO DE AMPARO A PESQUISA DO ESTADO DE GOIÁS (FAPEGO). Relatórios do Projeto de Pesquisa: Violência Doméstica e Familiar na Cidade de Goiás, da Rede Goiana de Pesquisa em Direitos Humanos e Estudos de Violência Doméstica e Familiar na Cidade de Goiás, 2012.

GALEANO, Eduardo. A autoridade: Mulheres. São Paulo: L & PM Pocket, 1998.

LEAL, Victor Nunes. Coronelismo, enxada e voto: o município e o regime representativo no Brasil. 4.ed. , São Paulo :Companhia das Letras, 2012

MARCONDES FILHO, C. Violência fundadora e violência reativa na cultura brasileira. SP: Perspectiva, v.15 n.2, abr./jun.2001. Disponível em www.scielo.br. Acesso em: 07 abr. 2006.

MELLODY, Pia. La codependencia. Buenos Aires: Paidos,1994

OLIVEIRA, Rosiska Darcy de. Elogio da diferença: o feminino emergente. SP: Brasiliense, 1999.

ORGANIZACAO MUNDIAL DE SAUDE (OMS). Relatório mundial sobre violência e saúde . Editado por Etienne G. Krug, Linda L. Dahlberg, James A. Mercy, Anthony B. Zwi e Rafael Lozano Organização Mundial da Saúde Genebra 2002

PEQUENO, Marconi. Violência e direitos humanos. IN: LYRA, Rubens Pinto (org.). Os direitos humanos e os desafios do século XXI : uma abordagem interdisciplinar. DF: Brasília Jurídica, 2002.

PUCHEU, Monica Andrea; OLIVERO, Inês. Adiccion a lãs Personas-Codependencia y Recuperacion. Buenos aires: URANO, 2014.

THAPAR-BJORKET, S. ; MORGAN, K. J. But sometimes I think they put themselves in the situation: Exploring victim blame and responsibility in interpersonal violence. Rev. Violence Against Women, n.16, p.p 32–59. doi: 10.1177/1077801209354374

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS / REGIONAL GOIÁS. Relatórios do Projeto de Extensão: O Cravo e a Rosa - Grupo de Estudo, Pesquisa e Extensão sobre a Violência Doméstica na Cidade de Goiás (2015/2017), DUTRA, R.B. (Coordenadora.)

WEBER, Max. Ensaios de Sociologia. RJ: Guanabara, 1981.