<b>O escorpionismo na Microrregião de Goiânia, Estado de Goiás (2007-2011)</b>

Conteúdo do artigo principal

Patricia Morais Silva
Wanessa Masson Moura
Anita Moura Pessoa
Raimundo Nonato Leite Pinto
Nelson Jorge Silva Jr

Resumo

Esse estudo descreve o perfil do escorpionismo na região metropolitana de Goiânia (RMG), entre 2007 e 2011. No Brasil o escorpionismo responde por 57,8%, e em Goiás por 71,0% dos acidentes com artrópodes peçonhentos. Não existe uma sazonalidade definida, os acidentes são quase que uniformemente distribuídos entre os sexos e na faixa etária entre 20 e 49 anos. A região da picada prevaleceu em mãos e pés, com uma ocorrência importante no tronco e pelve. Quanto à sintomatologia prevaleceram dor local e sintomas vagais. A maioria dos casos não requereu soroterapia, fazendo apenas uso de bloqueio anestésico. Foi utilizado um total de 586 ampolas SAEs, em uma média de 4 ampolas/paciente. Informações sobre exames laboratoriais, reações à soroterapia, medicação pré-soro e bloqueio anestésico foram detalhadas nos prontuários médicos. A maioria dos casos teve evolução benigna e sem óbitos. Existe uma forte correlação do escorpionismo com a expansão urbana, especialmente na RMG, com quatro cidades que apresentam as maiores porcentagens de zona urbana e acidentes.

The scorpionism in the Microregion of Goiânia,
State of Goiás (2007-2011)


This study describes the scorpionism profile in the Goiânia metropolitan region (RMG), between 2007 and 2011. In Brazil scorpionism answers for 57,8% and in Goiás for 71% of the venomous arthropod’s accidents. There was no noticeable seasonal variation with the accidents almost uniformly distributed between the sexes and within the 20 to 49 age group. The sting region prevailed on the upper limbs with noticeable episodes on trunk and pelvis. Pain and vagal symptoms were the main symptoms. Most of the cases did not require serum therapy, with the use of support medication and anesthetic blockage. There were 586 ampoules of SAEs used in an average of 4 ampoules/patient. Information on laboratory tests, reactions and treatment to reactions to serum therapy, pre serum medication, and anesthetic blockage are detailed on the medical records. The majority of the cases had a benign outcome with no deaths. There is a strong correlation of the scorpionism with the urban expansion, especially in the RMG, with four cities presenting the highest percentages of urban area and scorpion accidents.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Detalhes do artigo

Como Citar
SILVA, P. M.; MOURA, W. M.; PESSOA, A. M.; PINTO, R. N. L.; SILVA JR, N. J. <b>O escorpionismo na Microrregião de Goiânia, Estado de Goiás (2007-2011)</b>. Revista EVS - Revista de Ciências Ambientais e Saúde, Goiânia, Brasil, v. 45, n. 1, p. 55–65, 2018. DOI: 10.18224/evs.v45i1.5841. Disponível em: https://seer.pucgoias.edu.br/index.php/estudos/article/view/5841. Acesso em: 29 mar. 2024.
Seção
Artigos
Biografia do Autor

Patricia Morais Silva, Pontifícia Universidade Católica de Goiás, Brasil

Graduada em Medicina pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás

Wanessa Masson Moura, Pontifícia Universidade Católica de Goiás, Brasil

Graduada em Medicina pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás

Anita Moura Pessoa, Universidade Federal de Goiás

Doutoranda em Biotecnologia e Biodiversidade pela Universidade Federal de Goiás. Mestre em Ciências Ambientais e Saúde, ambos pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás. Graduada em Biologia.

Raimundo Nonato Leite Pinto, Hospital de Doenças Tropicais Dr. Anuar Auad

Médico Infectologista

Nelson Jorge Silva Jr, Pontifícia Universidade Católica de Goiás

Biólogo. Doutor em Zoologia

Referências

Sistema de informação de agravo de notificação (SINAN). Acidentes por animais peçonhentos. 2013. Disponível em: http://dtr2004.saude.gov.br/sinanweb/index.php>. Acessado em 15 de Janeiro de 2013.

SOARES, M. R. M., AZEVEDO, C. S. & MARIA. M. 2002. Escorpionismo em Belo Horizonte, MG: um estudo retrospectivo. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical 35(4): 359-363.

TORRES, J. B., MARQUES, M. G. B, MARTINI, I. R. K. & BORGES, C. V. A. 2002. Acidente por Tityus serrulatus e suas implicações epidemiológicas no Rio Grande do Sul. Revista de Saúde Pública 36(5): 631-3.

CUPO. P., AZEVEDO-MARQUEZ, M. M. & HERING, S. E. 2003. Acidentes por animais peçonhentos: escorpiões e aranhas. Medicina 36: 490-497.

BOCHNER R. 2003. Acidentes por animais peçonhentos: aspectos históricos, epidemiológicos, ambientais e socioeconômicos. Tese de doutoramento em Saúde Pública. Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca Rio de Janeiro, RJ. 153p.

CAMPOLINA, D. 2006. Georreferenciamento e estudo clínico-epidemiológico dos acidentes escorpiônicos atendidos em Belo Horizonte no serviço de toxicologia de Minas Gerais. Belo Horizonte. Dissertação de mestrado em Infectologia e Medicina Topical. Programa de Pós- Graduação em Ciências da Saúde. Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais. Minas Gerais, MG. 154p.

GUERRA, C. M. N., CARVALHO, L. F. A., COLOSIMO, E. A. & FREIRE, H. B. M. 2008. Análise de variáveis relacionadas à evolução letal do escorpionismo em crianças e adolescentes no estado de Minas Gerais no período de 2001 a 2005. Jornal de Pediatria 84: 509-515.

MAESTRI, A. N., GUEDES, A. B., CARMO, S. F., CHALKIDIS, H. M., COELHO, J. S. & PARDAL, P. P. O. 2008. Aspectos do escorpionismo no Estado do Pará-Brasil. Revista Paraense de Medicina 22(1): 49-55.

Ministério da Saúde. Manual de controle de escorpiões. Brasília, DF. 2009; 70p.

LOURENÇO, W. R., CLOUDSLEY-THOMPSON, J. L., CUELLAR, O., EICKESTEDT, V. R. D., BARRAVIERA, B. & KNOX, M. B. 1996. The evolution of scorpionism in Brazil in recent years. Journal of Venomous Animals and Toxins 2(2): 121-134.

LOURENÇO, W.R. 2002. Scorpions of Brazil. Les Éditions de L’If. Paris. 307p.

CHIPPAUX, J. P. & GOYFFON, M. 2008. Epidemiology of scorpionism: a global appraisal. Acta Tropica 107:71–79.

ARAÚJO, C. S., CANDIDO, D. M., ARAÚJO, H. F. P., DIAS, S. C. & VASCONCELLOS, A. 2010. Seasonal variations in scorpion activities (Arachnida: Scorpiones) in an area of Caatinga vegetation in northeastern Brazil. Zoologia 27 (3): 372–37.

QUEIROZ, I. B., SANTANA, V. P. G. & RODRIGUES, D. S. 1996. Estudo retrospectivo do escorpionismo na região metropolitana de Salvador (RMS). Bahia, Brasil. Sitientibus 15: 273-285.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 2010. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2010/calendario.shtm> Acessado em 20 de Janeiro de 2013.

POLIS, G. A. 1990. The Biology of Scorpions. Stanford University Press. California. 587p.

LOURENÇO, W. R. & CUELLAR, O. 1994. Notes on the geography of parthenogenetic scorpions. Biogeographica 70: 19-23.

LOURENÇO, W. R. & CUELLAR, O. 1995. Scorpions, scorpionism, life history strategies and parthenogenesis. Journal of Venomous Animals and Toxins 1: 50-64.

LOURENÇO, W. R., KNOX, M. B. & YOSHIZAWA, M. A. C. 1994. L’invasion d’une communauté à le stade initial d’une succession secondaire par une espèce pathénogénétique de Scorpion. Biogeographica 70: 77-91.