A OCUPAÇÃO ECONÔMICA DA AMAZÔNIA: UM DESMANDO ESTATIZADO?

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Paulo Henrique Faria Nunes

Resumo

A ocupação da Amazônia é resultado de um planejamento estatal. Antes de se iniciar efetivamente uma migração maciça, houve um período de estudos e se adotou um modelo econômico. Assim, instituíram-se órgãos dedicados ao planejamento (Superintendência do Plano de Valorização Econômica da Amazônia; Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia) e linhas de crédito para financiar a exploração econômica. As principais atividades que estimularam a ocupação do imenso vazio demográfico foram a agricultura, a pecuária e a mineração. A marcha para a Amazônia teve sucesso, mas o custo social e ambiental foi muito elevado pois a execução do plano de ocupação da região só foi possível com a inobservância da legislação vigente.

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Como Citar
NUNES, P. H. F. A OCUPAÇÃO ECONÔMICA DA AMAZÔNIA: UM DESMANDO ESTATIZADO?. Revista Baru - Revista Brasileira de Assuntos Regionais e Urbanos, Goiânia, Brasil, v. 4, n. 2, p. 283–307, 2019. DOI: 10.18224/baru.v4i2.6938. Disponível em: https://seer.pucgoias.edu.br/index.php/baru/article/view/6938. Acesso em: 28 mar. 2024.
Seção
Artigos / Articles
Biografia do Autor

Paulo Henrique Faria Nunes, PUC Goiás

Doutor em Ciências Políticas e Sociais pela Universidade de Liège, Bélgica. Mestre em Geografia pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Especialista em Relações Internacionais pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás. Graduado em Direito pela UFG. E-mail: [email protected]

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